Éramos sangue em silêncio.
(Mudo sangue!)
Corria nas veias a densidade de sermos juntos,
a meia lua, o sol alto, a estrela cadente
- paridos de um coração qualquer,
hesitantes, acomodados, vingados.
Éramos a mesma água, o mesmo balde
numa terra de ninguém,
sem espinhos e sem traça.
Éramos fúria-tensão-espingarda
sem tiros nem mortes.
Somente mudos (Sempre mudos!),
calados-esquecidos,
desconhecidos de uma vaga-falsa esperança
que nos sorveu as mãos, o sangue e a vida.
(Troyka Manuel)
Somos o Casamento da Noite com o Sangue
ResponderEliminarMeu amor, ao fechar esta porta nocturna
peço-te, amor, uma viagem por um escuro recinto:
fecha os teus sonhos, entra com teu céu nos meus olhos,
estende-te no meu sangue como num largo rio.(...)
Pablo Neruda, in "Cem Sonetos de Amor"
Maravilhoso:
ResponderEliminar«desconhecidos de uma vaga-falsa esperança
que nos sorveu as mãos, o sangue e a vida.»
Imagens poéticas belíssimas. O meu abraço,