O meu Blog

O Blog "Verba Volant, Scripta Manent" foi criado no âmbito de um exercício académico. Desde então, e por forma a dar alguma continuidade à experiência iniciada na blogosfera, mantém o objectivo de partilhar alguns textos pessoais, bem como outros materiais literários do nosso interesse.

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Porque as palavras faladas voam... e a palavra poética, tantas vezes, fala por si... e permanece... sempre!

sábado, 14 de dezembro de 2013

A partida transporta a vida num gesto
e o adeus, um breve aceno (um abraço esquecido),
toldam-me os olhos enevoados.
Cinzelei os meus dedos nos dedos teus
e a mão desfez o molde que nos criou,
quebrado, desconcertado.

Num cruzamento encontrei-te a vida,
mas as torres desnortearam os seus sentidos,
paralelas vias se tornaram.
(Olho-te de longe…
Em atalaia cada vez mais vaga…)
O medo escureceu os teus olhos,
espantou tu’alma de embarcação fria,
obliterada nos teus nós intransponíveis.
Fiquei à porta dessa muralha. Espero. Ainda…

Raiz acesa de uma árvore já morta,
malha de cordas que me abismou,
ensimesmada teia onde quis entrar.
Tudo vive e encanta
e depois… assembleia vácua de gente viva.
Apenas a chuva me queima o rosto gasto,
todo o prado do sentir na tua muralha-escudo me ficou.

É mais fácil partir, encerrar as entradas,
abandonar o porto-salvo-abrigo. Partir...
Os bandos também seguem para o Sul.
Chegam todos? Chegamos todos!
Mas ninguém ousa permanecer.
(Troyka Manuel)

2 comentários:

  1. Lindo! Adorei. Um abraço e votos de um bom fim de semana.

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    1. A partida é sempre um desafio...ousa o marinheiro que parte, chora no cais quem fica.
      Duas diferentes viagens dentro de nós si próprios!
      Continuação de bom trabalho!

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