Reencontro repentinamente o Mundo
e não o reconheço
(Cresci noutra ilha e não percebi).
As tardes são belas, quentes, solarengas,
mas os transeuntes são estranhos fantasmas
que se arrastam:
térreos de existir,
surdos de ver-sentir.
Sigo o impulso repentino:
Envolvo-me na multidão andante
e reconheço alguns passos, pelos pés.
Mãos envelhecidas, pequenos movimentos,
o andar desengonçado-penoso.
Caminhos que trilhei?
Mãos que me tocaram?
Não compreendo a multidão-fantasma,
não me vos reconheço,
e transformo-me então em estado-transeunte,
simbiose perfeita-aterradora.
Embarcação encalhada em mar revolto...
Hoje, reaprendo o preço
de estarmos sós,
de costas viradas,
acidentados em caminhos que não cruzam almas
que se fogem, sempre fugazes.
Muros intransponíveis!
Cruas cercas de fuga que se levantam
para nunca mais deixarem de crescer.
Para quando o negro deixará de ser a diferença do rebanho?
(Troyka Manuel)
É banal dizer-se, mas é a diferença que enriquece a vida, tal com a utopia empurra o sonho para a realidade.
ResponderEliminarContinuação de boas partilhas!
Bela interrogação!
ResponderEliminar:)
Beijinhos
Bom dia! Gosto da forma, do conteúdo, da inquietação... gosto e agradeço a possibilidade de ler mais. Parabéns pela iniciativa de divulgar. Um abraço.
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