Conheci um dia
os passos de um transeunte
que cedo abandonou a sua pátria.
Vislumbrou todos os sonhos,
coseu esquinas com linhas duras
com medo de se perder.
O mar que o viu partir
ainda hoje chora a sua ausência,
uma demora por explicar ainda,
um regresso adiado
(talvez não volte a regressar),
uma pequena dor,
uma moinha que sangra
paulatinamente
e escorre esverdeada por todo o oceano.
Era jovem o transeunte
e acreditava no horizonte,
espelho de uma alma que se procurava
e se erguia livre no rumo que seguia.
Bem cedo, porém,
entendeu que é impossível
fixar instantes à beira da praia,
no areal desfeito das vontades.
Talvez tenha crescido
Ou talvez não...
(Troyka Manuel)
Bravo! Bela reflexão poética! Beijo
ResponderEliminar